Pra não dizer que não falei sobre a vida: setembro 2016

Gratidão!

Tantos dias olhei pro céu pedindo alguma coisa. Tantos dias eu recebi o que pedi e sequer agradeci. Tantos dias eu me desesperei querendo achar respostas. Tantos dias eu chorei por não compreender o motivo de estar vivenciando algo... Hoje eu não vou pedir nada, não vou tentar compreender nada, não vou buscar nenhuma resposta... Hoje eu só quero agradecer. Poderia começar agradecendo pela minha saúde, minha família, meus amigos, meu trabalho e por muitas outras coisas... Sim, é fácil agradecer pelas coisas boas que temos, pelas pessoas que nos cercam, pelos bons momentos que vivemos, mas hoje minha gratidão é também por aquilo que não saiu do jeito que eu queria. Agradeço pelos meus fracassos, pelas vezes que eu não tive forças pra ir até o final, pelos dias que desanimada não quis continuar. Esses dias me fizeram humilde, humana e me ensinaram que devo respeitar os limites, meus e dos outros. Agradeço pelas pessoas que passaram pela minha vida e me trouxeram sofrimento, por aquelas que foram injustas comigo ou apenas não souberam retribuir aquilo que eu fazia. Com elas eu aprendi o que eu não teria aprendido pelo amor, e foi preciso a dor. Agradeço pelos tombos que já levei, pelas decepções que já tive, pelas minhas expectativas frustradas. Isso me fez mais forte e me ensinou que ninguém está aqui para corresponder as minhas expectativas. Agradeço por todos os NÃOS que já recebi na vida, por todas as portas que se fecharam pra mim. Isso me ensinou que tudo tem o seu momento certo pra acontecer. Agradeço por não ter nascido num berço de ouro e por isso ter aprendido desde muito cedo a lutar por tudo que eu queria, e mais do que isso, a dar valor a tudo que conquistei até aqui. Gratidão por ser quem sou, por chegar onde cheguei, por viver o que eu já vivi, por conquistar o que já conquistei, pelos lugares que já conheci, pelas pessoas que já passaram por mim, pelas emoções que já senti, pelas lágrimas que já chorei, pelas vitórias que já alcancei, pelos aprendizados que já tive, pelas quedas que levantei, pelas derrotas que superei, pelos abraços que já recebi, pelos sorrisos que já emiti, pelas dores que suportei, pelos amigos que eu ganhei.

Obrigada meu Deus. Obrigada por me amar tanto, por cuidar tão bem de mim e por me colocar no Teu colo todos os dias.

06:06:00
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Ainda sobre escolhas

comportamento

Pedrinho quer ter um carro zero e quer ocupar um cargo de chefia depois que se formar, mas chega atrasado no estágio todos os dias e gasta todo o seu salário comprando roupas da modinha. Maria quer que seus filhos sejam obedientes e educados, mas fica a maior parte do tempo mexendo no celular quando está em casa com eles. João quer ter uma namorada leal e parceira, mas não abre mão dos seus "contatinhos" anteriores. A menina da padaria da esquina quer ficar magra e com corpo definido, mas todos os dias ela come pão doce e faz 3 meses que está fazendo turismo na academia. Pietra quer ser juíza federal mas não abre mão dos finais de semana de festa. Felipe tem medo de morrer e diz que quer viver cem anos, mas fuma 2 carteiras de cigarro por dia e bebe além da conta todos os finais de semana. Marina quer disputar as olimpíadas 2020 mas não leva a sério a rotina de treinos e vive inventando desculpas pros seus atrasos. O que todos eles tem em comum? Sonham com vôos altos mas são incapazes de bater as asas e deixar o conforto do ninho. Sonhar é bom, é necessário, mas meu amigo, só sonhar não resolve nada. Você precisa ter grandes ambições? Não, claro que não. Há quem viva muito feliz e confortável no seu mundinho simples e sem muitos planos pro futuro. Mas, se você pretende conquistar o céu, você vai precisar a aprender a se desapegar de algumas coisas da terra. Não dá pra ter tudo. Dificilmente se chega a uma posição mais alta sem algum tipo de sacrifício. O que você quer está condizente com a vida que você leva hoje? Se não está, ou você muda, ou aceita que não irá alcançar o que pretende. Agora esperar que os bons resultados "caiam do céu", que o dinheiro chegue na sua conta por doação, que você seja promovido sem mérito, que alcance um corpo bonito apenas fazendo levantamento de garfo e copo, ah meu amigo, vai esperando numa posição confortável, porque esse dia vai demorar pra chegar. Grandes metas pressupõem sacrifícios proporcionais ao tamanho daquilo que você sonha. Há caminhos mais fáceis? Certamente. Você pode optar por ser desonesto, por querer subir pisando em outras pessoas, por emagrecer tomando remédio, por educar seus filhos terceirizando esse trabalho, por viver um relacionamento de mentira, por ocupar algum cargo por mera indicação de alguém. Porém, se você quer continuar deitando a cabeça no travesseiro todas as noites e podendo ir dormir com a consciência tranquila, há de se optar pelo caminho mais longo, talvez o mais sofrido e trabalhoso. E nessa caminhada talvez você terá que abrir mão de alguns finais de semana, da cervejinha toda quinta com os amigos, do soneca do despertador, das noites de sono perdidas em festas, das horas a fio no celular, de alguns vícios e prazeres momentâneos, das mentiras que você costumava contar... Ambos caminhos podem ser percorridos, mas não se engane, nem todos levam para o mesmo lugar.

"É preciso que eu suporte duas ou três lagartas se eu quiser conhecer as borboletas..."

Antoine de Saint-Exupéry

07:56:00
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A menina que ela foi um dia

comportamento

Ela era a menina de cabelos pretos, lisos, com franjinha na testa. Era aquela que gostava de andar com os pés no chão, mas a cabeça vivia sempre nas nuvens. Gostava da rua, de mato, de grama, areia e lama. Tinha medo de trovoadas, de altura, de bichos peçonhentos e de pessoas brabas. Cantava quando ia pra escola de bicicleta, gostava de subir em árvore e comer ameixa bem amarelinha. Vivia rodeada de amigos mas quando se chateava, levava a bola pra casa. Queria ser atriz, cantora, jornalista, professora, médica. Ela não gostava de brigar, preferia ir pra casa chorando do que discutir com alguém. Falava pelos cotovelos e pelos mais quietinhos, tinha criatividade de sobra pra inventar brincadeiras. Ela era boa aluna, sentava na primeira carteira, não tirava notas abaixo da média, fazia sempre os deveres e nunca atrasou a entrega de um trabalho. Tinha uma casinha de bonecas, mas ela sonhava mesmo era em ter uma casinha na árvore. Ela tinha riso frouxo, covinhas na bochecha e alegria no olhar. A menina vivia o hoje, não negava e nem escondia as suas emoções, não adiava o que queria fazer agora. Aquela menina ainda vive, mesmo com o calendário insistindo em dizer que muito tempo já se passou. Ela continua gostando das coisas simples, continua com riso frouxo e continua preferindo chorar do que brigar. Ela não tem uma casinha na árvore, mas ah, ela ama viver nas alturas. A menina cresceu, foi ver o mundo lá fora, quis dar passos largos, quis olhar o mundo lá de cima. Mas ela sabe pra onde e quando voltar, sabe onde estão suas origens, sabe onde o coração tem repouso e colo pra ficar. Ela sabe bem pouco da vida mas ela prefere assim, viver mais e teorizar menos, sentir mais e discutir menos. A menina que vivia com os pés no chão continua sendo a adulta que quando pode está sempre sem sapato, mas que aprendeu que pra viver certos momentos os pés precisam desgrudar do solo. Ela ainda gosta de mato, grama, areia e lama, e ainda tem medo de trovoadas. A menina cresceu, mas a essência não se perdeu. Não se perdeu o brilho nos olhos, não se perdeu a curiosidade de viver coisas novas,não se perdeu o amor pela natureza. E o mais importante é que ela ainda acredita que as pessoas são legais, que o mundo é um lugar bonito pra se viver, que quem erra tem a chance de fazer de novo e acertar, que todo mundo merece uma segunda chance, que o mal existe mas que a força do bem é três vezes maior e que adultos são crianças que cresceram mas não deixaram de sonhar. O cabelo mudou, a sua essência não.

11:34:00
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Sobre escolhas e renúncias

aprendizado

Com 5 anos eu decidi que meu pai deveria tirar as rodinhas da minha bicicleta, com isso, abri mão da minha segurança para em troca testar as minhas habilidades e meu equilíbrio. Com 8 anos eu deixei pra trás a escola que eu estudava desde o pré e fui para uma que o máximo que eu sabia sobre ela era o nome e que tinha uma cantina que vendia coxinha. Com 14 eu decidi que queria uma festa de 15 anos. Com 16 eu escolhi namorar e assim abrir mão das festas e curtições da adolescência. Com 17 eu optei por cursar Psicologia e com isso deixei pra trás todas as outras possíveis profissões que eu poderia ter. Aos 18 eu abri mão do meu soninho da tarde para em troca fazer um estágio, não remunerado, mas que me daria a possibilidade de ter meu primeiro contato com a profissão que eu havia escolhido seguir. Com 19 eu renunciei a um namoro que me era conhecido, confortável em troca de viver coisas novas e desconhecidas. Com 20 eu neguei pela primeira vez algum tipo de drogas que me ofereceram numa balada em Buenos Aires e corri o risco de ser julgada como careta. Aos 23 eu decidi que queria sair da faculdade empregada e com isso sacrifiquei meus últimos meses de aula conciliando uma carga horária de 44 horas semanais com mais dois estágios. Com 24 eu troquei uma proposta de trabalho que me pagaria o dobro, por uma que possivelmente me traria maior satisfação pessoal e profissional. Aos 26 eu optei por dar mais uma vez um giro de 360º na minha vida e decidi que queria viajar pelo mundo e morar sozinha. Com 27 eu arrumei minha mala e fui pra um continente desconhecido, viver novas histórias, conhecer novas pessoas e me conhecer num lugar que até então eu desconhecia. Ainda com 27 eu troquei o conforto da minha casa, da comidinha da mamãe sempre pronta, das roupas lavadas e passadas, do abraço carinhoso nas chegadas e nas partidas pra morar no meu apartamento, lavando, passando, cozinhando e por vezes falando sozinha. Com 28 eu troquei a vida sedentária por um tênis de corrida, as noitadas pelas trilhas na praia, o chegar em casa as 5h da manhã pelo acordar as 5h pra ir correr. Ainda com 28 eu troquei as pizzas, as macarronadas, os sorvetes, as bolachas recheadas, os salgadinhos e mais um tanto de outras coisas saborosas pra experimentar outros sabores mais saudáveis e mais nutritivos. Com 29 eu decidi voltar mais uma vez pra terapia porque precisava enxergar de novo quem eu sou e o que quero da vida. Escolhas e renúncias, algumas bem pensadas e calculadas, outras repentinas . Algumas eu tomei por livre e espontânea vontade, outras não tive muito como optar. Escolhas que fizeram de mim quem eu sou hoje, escolhas que falam da minha trajetória e dos caminhos pelos quais decidi percorrer. Em cada escolha a renúncia de algo que precisou ficar pra trás... Em cada escolha a dúvida, o medo, a insegurança, mas em cada uma a ansiedade pelo novo que viria, a curiosidade pra saber como seria. E que assim seja sempre, que o medo não me paralise, que o conforto não me impeça de querer mudar e que o novo seja sempre bem vindo...

07:18:00
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Hoje ela se deu folga

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Hoje ela se deu folga. Folga do trabalho, folga das obrigações, folga de telefone tocando, folga de gente pra atender, folga de e-mail pra responder. Hoje ela não quer sair de casa, não quer saber o que está acontecendo no mundo, não quer parar na faixa de pedestres, não quer acender os faróis, não quer verificar o vencimento da conta de luz. Hoje ela trocou o sapato pelo chinelo, o vestido pela camiseta 3 números maior, a maquiagem pela cara lavada, a escova pelo cabelo arrepiado, a cadeira de escritório pela sua cama. Hoje a louça vai ficar na pia, a cama vai ficar por fazer, o chão vai ficar por varrer. Hoje ela não quer ver o mundo lá fora, não quer falar sobre a última pesquisa eleitoral, não quer pensar no que vai comer no jantar, não quer discordar de nada. Hoje ela não quer falar muito, não quer ouvir muito, não quer nem escrever muito. Ela anda cansada, seu corpo tem dado sinais, ela demorou pra entender, ela demorou pra aceitar que precisa respeitar seus limites. Hoje ela não vai atender ligações, não vai ouvir conselhos, não vai seguir a sua rotina de todas as terças. Hoje ela só quer silêncio, cobertor e ar condicionado, banho quentinho, roupa confortável, travesseiro macio. Não perguntem o por quê, não queiram entender, não cobrem nada hoje, não perguntem sobre o que ela não é capaz de responder. Quem sabe amanhã ela volte, ou na quinta, quem sabe a noite ela já queira sair por aí... Mas não agora, não nesse momento. Hoje ela precisou se fechar pro mundo pra poder enxergar o seu próprio mundo. Hoje ela só precisa de si, hoje ela só precisa saber de volta quem ela é, hoje ela precisa recuperar as forças que andou perdendo por aí, hoje ela precisa aprender a não passar por cima de si mesma. Ela só precisa de tempo, um chocolate quente, e de novas histórias pra contar. Ela cansou das mesmas musicas, dos mesmos roteiros, dos mesmos finais nem tão felizes. Mas hoje ela não vai mudar nada, nem o sofá e nem a cor do seu cabelo, deixa tudo assim como está, até que ela volte, não sei se mais forte, ou mais consciente das suas fraquezas.

09:36:00
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Pra onde você quer olhar?

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Dizem por aí que temos vividos tempos difíceis... A política está um caos, os valores morais e éticos estão prejudicados, o buraco na camada de ozônio só aumenta, os alimentos estão sendo geneticamente modificados, a tecnologia tem substituído os contatos da vida real. E até parece que pra onde quer que a gente olhe, só é possível enxergar coisas ruins mesmo. Mas, mesmo com tudo isso, eu me recuso a dizer que a vida vai mal, que o mundo vai mal. Todos os dias eu vejo pessoas sendo solidárias, deixando e lado seus interesses pessoais para estender a mão ao próximo. Todos os dias eu vejo crianças sorrindo despreocupadas, mostrando os dentinhos pra um desconhecido que acabaram de ver na rua. Todos os dias eu vejo casais trocando carinhos e promessas de amor eterno. Todos os dias eu sei que nascem mil novas vidas, e todos os dias eu sei que pais, mães, avós esperam emocionados na sala de espera, loucos pra conhecer o rostinho daquele que ainda nem chegou ao mundo mas já tem o amor maior do mundo. Todos os dias eu vejo candidatos realmente preocupados com o bem comum, que tem propostas e ideias pra, de fato, realizar melhorias na cidade. Todos os dias eu vejo gente que se arrepende após um erro grave, que vai atrás pra consertar, que deixa de lado o orgulho e vai pedir perdão. Todos os dias eu converso com pessoas que querem mudar a sua vida, seus hábitos, suas rotinas, que querem superar as suas dores e escrever novas histórias. Todos os dias eu vejo gente superando seus limites, correndo atrás dos seus sonhos, querendo se tornar uma pessoa melhor. E por isso eu sigo acreditando. E por isso eu sigo achando que na sua essência todas as pessoas são boas, e todas podem ser ainda melhores. Não importa o que dizem os noticiários por aí, não importa a opinião dos pessimistas... Eu acredito nas pessoas, eu acredito num amanhã de sol, mesmo que tenha amanhecido chovendo. Tragédias, desastres, corrupção, dores, injustiças, isso sempre existiu e continuará existindo, mas, o que faz a diferença é a forma como você olha pra isso. A lama existe, assim como o céu estrelado também... Pra onde você quer olhar?

05:55:00
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O que eu aprendi... Correndo

comportamento

Quem me conhece desde a infância sabe o quanto eu sempre fui agitada e serelepe mas pouco chegada a prática de esportes. Na escola, era sempre a última a ser escolhida nos times, e nas brincadeiras na rua, era sempre "café com leite". Cresci acreditando que esporte realmente não era pra mim, que eu era um desastre e que melhor mesmo eu me dedicar a outras coisas. Colecionei matrículas mal sucedidas na academia e minhas tentativas nunca passavam dos três meses. Mas, um dia eu não gostei do que eu vi no espelho, mais do que quilos à mais, eu estava com disposição de menos, animo de menos, saúde de menos. Mudanças eram necessárias e urgentes. Consultas, orientações, exames, mudança nos hábitos, na alimentação e CORRIDA. Optei por essa modalidade por considerar que precisava de pouca coordenação motora (sempre fui desprovida) e por ser um esporte que eu poderia praticar ao ar livre. Comecei correndo alguns poucos quilômetros, em slow motion, mas sempre terminava com uma sensação de dever cumprido. Até que um dia, desafiada por um amigo (sim, eu adoro desafios), corri 21 km e me dei conta que eu não estava fazendo isso corretamente, que precisava ter orientação correta e que não podia correr por conta própria, caso quisesse continuar correndo. Entrei pra uma assessoria de corrida, confesso, sem muitas expectativas e crente que seriam mais 3 meses até desistir. Engano, um dos aprendizados mais importantes que a corrida me proporcionou foi descobrir que posso superar as minhas expectativas e os meus limites todos os dias. E foi correndo em grupo, sozinha, de dia, de noite, na chuva, no sol, com vento, em morros, na praia, na rua que eu descobri que fazer algo que aparentemente gera algum nível de esforço e sofrimento, pode ser muito recompensador. Descobri que o impossível só existe até o momento que a gente decide que quer fazer diferente... Descobri que o incentivo das pessoas ao redor é fator decisivo quando você tem pouca auto-confiança... Descobri que disciplina é diferente de obrigação... Descobri que a competição maior é sempre pra superar a si próprio e não os outros... Descobri que meu corpo tem limites que precisam ser cuidados e respeitados... Aprendi que posso muito mais do que eu imagino e do que eu acho que sou capaz... Aprendi que cada pessoa tem seu tempo e seu ritmo... Aprendi que os melhores são aqueles que treinam mais, se dedicam mais, se esforçam mais. Mais do que descobrir que esporte é pra mim sim, a corrida me proporcionou uma nova forma de olhar pra minha vida, pra minha saúde, pro meu corpo. Cada vez que eu olho pro relógio e vejo que fiz num melhor tempo, cada vez que eu saio pra correr mesmo com frio e chuva, cada vez que eu tenho ao meu lado pessoas com os mesmos objetivos que eu, cada vez que eu vejo que fui melhor do que eu pensava, cada vez que eu acordo disposta querendo fazer piruetas pela casa, cada vez que eu chego no topo daquele morro gigante, cada vez que eu atravesso a linha de chegada... Ah, em cada vez eu me lembro o que me faz colocar um tênis no pé, um sorriso no rosto, e uma vontade imensa de dar o primeiro passo.

09:08:00
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Gosto de gente assim...

comportamento

Gosto de gente que gosta de gente... Que ama, que briga, que perdoa, que esbraveja, que chora, que se emociona.

Gosto de gente que espalha mais do que acumula, que ouve mais do que fala, que canta mais do que reclama.

Gosto de quem cumpre o que promete e só promete o que pode cumprir.

Gosto de quem assume seus erros, pede perdão, se arrepende, corrige suas falhas.

Gosto de quem mostra os dentes e o coração, de quem sorri com os olhos e com a alma. Gosto de gente que perde a linha, que perde o foco, que perde as estribeiras, que se permite errar.

Gosto de quem tem fé em Deus, na vida e nas pessoas e que mesmo em meio a tantas coisas ruins, ainda acredita num amanhã melhor.

Gosto de quem elogia com verdade e de quem corrige com carinho.

Gosto de gente que vibra com a vitória dos amigos, que chora junto quando algo dá errado, que comemora e se alegra com as conquistas dos demais.

Gosto de quem se sensibiliza com o sofrimento alheio, gosto de quem estende a mão ao próximo, de quem vê na caridade uma forma de se aproximar mais de Deus.

Gosto de quem tem medo do escuro, dos seus escuros, do seu lado mais sombrio e não tão admirável assim.

Gosto de quem demonstra o que sente, fala o que pensa, vive o que fala.

Gosto de quem se esforça, corre atrás, luta pelo o que quer... Mas gosto também de quem sabe a hora de abandonar o barco e desistir.

Gosto de quem não julga pelas aparências, mas que quando julga, sabe reconhecer que falhou.

Gosto de gente que tem coração grande, que sempre acha espaço pra mais um.

Gosto de quem canta no chuveiro, no trânsito, no karaokê.

Gosto de gente coerente, que age conforme o que pensa e acredita.

Gosto de gente que abraça, que acolhe, que acaricia, que oferece o ombro e o colo, que empresta os ouvidos e as palavras.

Gosto de quem sabe o que quer, mas que quando não sabe, não envolve os outros na sua confusão.

Gosto de quem levanta, sacode a poeira e se ergue depois de uma queda, e assim, sabe reconhecer como e porque caiu.

Gosto de quem cuida de si, cuida do seu jardim, cuida do seu coração.

Gosto de gente que sabe a hora de falar e de calar, a hora de partir e de chegar, a hora de insistir e a hora de desistir.

Enfim, gosto de gente que sabe plantar coisas boas por ai, que quer ver o mundo melhor e que sabe que pra isso precisa fazer a sua parte.

06:27:00
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