Sobre a despedida de um ano incrível

09:27:00

Olho no calendário e em fração de segundos me dou conta que 2016 já está dando seus últimos suspiros. Vejo-o arrumando as malas, juntando suas coisas e preparando-se para partir. Eu desejo despedir-me, pois, ao contrário do que tenha significado para muitos, para mim foi um grande ano. Faço uma retrospectiva dos meses, vejo-o ainda novinho, lá no mês de janeiro e vou refletindo até encontrá-lo assim, já dando adeus. Com olhos marejados e coração transbordando, eu só tenho palavras para agradecer. Foi um ano de muitas mudanças, de novos começos, de muito aprendizado. Teve Fortaleza, Jericoacoara e Noronha e com elas a possibilidade de reconexão... Reconexão com aquilo que tenho de mais simples, mais puro, mais leve, mais pé no chão e vento no rosto, mais livre, mais solto, mais fluído, mais transparente. Teve mudança na alimentação e com ela todas as consequências positivas que isso traz... Mais disposição, mais ânimo, mais foco, mais concentração. Teve corrida, aliás, teve muita corrida. E com ela a teimosia que se transformou em disciplina, a superação dos limites, a sensação de auto-confiança, os medos que foram vencidos, a força e a determinação que ganhei. Teve muitos momentos em família, teve idas na roça com pai, teve longas conversas com a mãe, teve estrepolias com os sobrinhos... E com isso a sensação de valorizar as coisas simples, de se emocionar com coisas pequenas, de ser grata pelo muito que tenho e pelo pouco que me falta. Teve a chegada de novos amigos, de pessoas de coração lindo e gigante... E assim a alegria de saber que a humanidade ainda tem jeito, que há muitas pessoas dispostas a ajudar, a fazer o bem sem olhar a quem. Teve reconhecimento no trabalho... E com isso a alegria por saber que caminho no rumo certo, que meu esforço não tem sido em vão, e sobretudo, que vale a pena ser do bem, fazer o bem, manter os valores, não pisar em ninguém. E não teve dor? Nenhuma tristeza? Nenhuma decepção? Teve sim, teve dias de choro abafado e escondido, outros de choro escancarado... Teve dias de medo e ansiedade, de vontade de sumir e me isolar. Mas isso me fez tão forte quanto humana, tão frágil quanto destemida... Isso me fez lembrar da minha condição de ser humano, de ser que vive se equilibrando entre medo e coragem, entre amor e ódio, entre dores e aprendizados. Assim eu me despeço de você, 2016, com emoção, amor, alegria e muita gratidão. E quer saber, eu me despeço até com um pouquinho de aperto no coração e uma pontinha de saudade antecipada. Mas eu deixo você ir e deixo 2017 vir... Foi um grande ano! Foi intenso, foi leve, foi fluído, foi colorido, foi verdadeiro, foi autêntico! Os erros, as mágoas, as decepções, as angústias foram também importantes, também geraram aprendizado, me fizeram colocar os pés no chão, me lembraram da minha fragilidade, me devolveram minha humanidade, me fizeram ser mais coração e menos razão. O ciclo se cumpre, a página vira, um novo ano começa. Que venha com todas as infinitas possibilidades, que venha com páginas em branco prontas para serem coloridas com cores brilhantes, que venha como de fato deve ser: Novo!

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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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