Bem vindo mundo novo

07:36:00

Sabe aquelas faxinas que a gente decide jogar um monte de coisas fora? Sabe quando a gente começa a desocupar gavetas e percebe que todas aquelas tralhas não tinham a menor finalidade? A faxina acaba e nós nos vimos em meio há várias gavetas vazias, armários pouco ocupados e do outro lado, sacos e sacos de lixo para jogar fora. Primeiro passo é se desfazer do lixo, passado o cansaço a gente volta a abrir os armários e percebe todos aqueles espaços em branco... O apego nos mandava continuar ocupando aqueles espaços, mas algo nos dizia que era preciso deixar ir embora aquilo que já não nos servia mais. Me vi assim recentemente e depois de ter deixado coisas e pessoas irem, percebi que ao mesmo tempo que isso me deixava alegre por saber que teria mais espaço livre, uma sensação de tristeza também me invadia por precisar me despedir de momentos, pessoas, situações e emoções que em algum momento foram importantes pra mim. O lixo já foi pro caminhão, o cansaço já passou e eu já me recompus. Percebi então que os espaços foram sendo ocupados de forma muito sútil e espontânea. Já gostei da vida noturna, das festas badaladas, de música alta, "de copo cheio e coração vazio". Hoje eu troco uma noite agitada por um dia tranquilo, troco o salto alto por uma bota de trilha e prefiro mil vezes o barulho do mar ao som estridente das noitadas. Não coleciono mais nada que o tempo desgasta, coleciono boas lembranças, paisagens lindas que visitei, emoções que eu senti e amigos que fui fazendo pelo caminho. Já tive mais dinheiro, mas em compensação, tinha bem menos paz. Dia de semana estava sempre ocupada e nos finais de semana sempre cansada, mas mesmo assim me forçava a ter uma vida social cheia de festas e compromissos. Já passei por cima de mim pra agradar aos outros, já disse não pro que eu estava sentindo pra dizer sim a alguém, hoje não faço mais isso. Que gostem de mim do jeito que eu sou e que saibam aceitar os meus nãos também. Aprendi a respeitar os meus limites, a impor as minhas regras e a aceitar o que não é possível de ser mudado. Aceitando meus erros passei a ser mais tolerante com os erros dos demais, aceitando minhas limitações pude entender que perfeição é lugar inatingível. Troquei as redes sociais por rodas de conversa com pessoas reais, troquei as mil fotos postadas por apenas lembranças gravadas na minha memória, troquei os 2500 amigos do facebook por uma meia dúzia que estão sempre comigo. Não quero mais agenda cheia, quero ter a liberdade de optar por aquilo que eu estiver com vontade de fazer, naquele momento. Gosto de companhia, mas não tenho necessidade constante de estar sempre rodeada de pessoas. Aprecio também os meus momentos de solidão e águas profundas. Há algumas gavetas vazias ainda e outras que já estão cheias de coisas que eu amo, mas o mais importante é que tudo que está aqui tem seu valor e sua importância, e tudo foi colocado por mim ou com o meu consentimento. Me desfiz do que já não fazia mais sentido e ando agora mais leve, assim é mais fácil caminhar e mais fácil decidir que caminhos quero trilhar.

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6 comentários

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  2. Parabéns pelo blog!!! Texto muito bem escritos e coerentes! E a propósito, melhor da garganta??
    Fernando Sagaz

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    1. Ahhh obrigada querido. Quanto a garganta, tá aos trancos e barrancos, mas logo logo minha afinação volta hahaha
      beijos

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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


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