Um mês sem redes sociais e o que eu tenho a dizer sobre isso

08:33:00


Já fui fã de redes sociais. Tive twitter, instagram, facebook e vivia conectada durante todo o tempo que eu estava acordada. Seguia, curtia, publicava, compartilhava, tuitava, postava, comentava. Mas depois de um tempo comecei a me questionar sobre o real sentido das redes e se elas realmente estavam cumprindo o papel de me aproximar das pessoas. Essa pergunta eu só poderia responder se fizesse a experiência de ficar desconectada. E fiz. Descobri que simplesmente não preciso disso e que a sensação de estar mais próxima das pessoas não passava de ilusão. Eu via o que as pessoas postavam e achava que sabia da vida delas, ledo engano, sabia apenas da parte bonita, publicável e divertida. E saber disso não me tornava mais próxima. Descobri que a gente pode ir na academia, no shopping, na padaria ou em qualquer outro lugar e ninguém precisa saber disso, e não faz a menor diferença. Percebi que ter uma foto com 60 curtidas ou 300 não mudava nada na minha vida. Me dei conta que perdia muito tempo tirando fotos e que este poderia estar sendo aproveitado curtindo o momento, curtindo as pessoas que estavam ali comigo ou somente apreciando a paisagem. E sem redes sociais, passei a notar o comportamento das pessoas a minha volta em relação a isso e o que eu vi foi pessoas preocupadas com a imagem que elas vão passar aos outros e esquecendo que mais importante do que isso é o que elas estão vivendo. Descobri que existe um mundo real onde as pessoas trabalham, se divertem, choram escondidas no quarto, ficam com medo, sentem-se inseguras e um outro mundo onde todo mundo é bonito, feliz e bem sucedido. Descobri que existe um mundo onde os relacionamentos são perfeitos, sem brigas, cheios de amor e romantismo, e um outro onde existem brigas, traição, desconfiança e domingos de mau humor. Por fim, percebi que o mundo das redes sociais é um mundo inventado, perfeito e inatingível, e disto eu não quero mais fazer parte. Isso não me deixa mais distante das pessoas, isso me aproxima daquelas que eu realmente quero estar próxima. O tempo que eu gastava nas redes sociais eu troquei por horas a mais de sono, mais tempo de contemplação dos lugares, mais tempo em rodas de conversas reais, um novo esporte, um novo hobby. Decidi que só quero que saiba da minha vida quem for compartilhá-la comigo e que só me interessa saber sobre a vida daqueles que fazem parte da minha, de verdade. Se o João foi viajar, se a Maria está na balada, se o Pedro começou a namorar, se a Ana está bebendo um mojito... Isso não me faz mais ou menos feliz e nem me torna mais ou menos amiga deles. Que me chamem pra um bar, que me convidem pra um jantar, que tomem café comigo, que me visitem... Quero conversas reais, sobre pessoas reais, que falam das suas vidas como elas realmente são. E quero perder/ganhar meu tempo tocando, sentindo, contemplando e não mais curtindo, compartilhando ou publicando.

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"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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