E quem nós somos afinal?
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Altos, magros, brancos, negros, com cabelo liso ou crespo, com olhos castanhos ou esverdeados... Tudo isso nos diz sobre a nossa aparência, sobre aquilo que os outros podem ver. Mas por dentro, lá no fundo, no seu íntimo, quem você é? Quando as luzes do seu quarto se apagam e ali só resta você, quem você é?
Somos os segredos que não contamos pra ninguém, somos as escolhas que fizemos e as quais também nos arrependemos, somos os nossos medos que só a gente conhece, somos o acúmulo das nossas vitórias e dos nossos fracassos. Somos aquela lágrima por trás de um óculos e de um aparente sorriso estampado no rosto, somos as nossas aflições, nossos desejos, nossos ímpetos. Somos as marcas que deixaram em nós e as que deixamos nos outros, somos a saudade de quem não está mais aqui, somos as nossas metas e planos para o futuro. Somos os arrependimentos, as culpas, as mágoas que guardamos, os perdões que negamos. Somos também os lugares que conhecemos, as paixões que vivemos e os amores que guardamos.
Aqui dentro ninguém sabe quem eu sou, ninguém imagina sobre as culpas que carrego, sobre os medos que me assombram, sobre os sonhos que ainda não realizei, sobre as decisões que ainda não tive coragem de tomar. Ninguém sabe qual o real motivo do meu choro e nem o que é capaz de me arrancar sorrisos. Conhecemos pouco ou quase nada do outro, inclusive daqueles que nos são tão próximos. Não julgar já é um bom começo, afinal, você não é o outro, não viveu a vida dele, não andou com os seus pés, não sabe os caminhos pelos quais ele percorreu, e por isso, desconhece os motivos que o levaram a agir assim.
Não se trata de justificar o comportamento e até os erros do outro, mas sim de levar em consideração que cada um tem as suas razões para agir de determinadas formas. Por trás de um chefe arrogante pode ter um pai carinhoso e amoroso. Por trás de uma esposa dedicada pode ter uma mulher sofrida e ferida. E a gente nunca vai saber, porque dos caminhos do outro, só ele mesmo sabe.
Respeito e tolerância. Evitam desgaste, evitam decepções e tornam a nossa convivência mais harmoniosa. Se sabemos tão pouco de nós mesmos, menos ainda sabemos do outro. Ele não é você, e portanto não vai agir conforme o que você deseja ou espera, ele vai agir como ele quiser, ou como ele puder.
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