Sobre se responsabilizar pelos seus atos

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Acho engraçado quando acontece uma traição no casal e a pessoa que traiu sente-se no direito de colocar a culpa no outro por isso ter ocorrido. "Ela era ciumenta demais", "Ele não me dava mais atenção", "Ela estava sempre cansada", "Ele trabalhava demais". Pressuponho que estamos falando de duas pessoas adultas, que já se conhecem e tem no mínimo algum grau de intimidade, portanto, assumir o que fez é o mínimo que se deve esperar. Independente dos motivos que o levaram a trair, reconhecer que a culpa da traição é de quem toma a decisão para tal é ter maturidade pra ser responsável pelos seus próprios atos. Não cabe julgamento, não cabe acusação, cada um sabe de si... Mas, jogar a culpa em quem foi traído é no mínimo covardia. Você tomou a decisão, você foi atrás de outra pessoa ou permitiu que ela se aproximasse de você, você foi com as suas próprias pernas encontrar essa outra pessoa, então, assuma. Seja adulto e reconheça para si e/ou para o seu parceiro/parceira que o responsável é você. Se foi fraqueza, se foi paixão, se foi sem pensar... Independente disso, você foi responsável por isso. Trair não é ato involuntário e não acontece sem o consentimento de no mínimo duas pessoas. Relacionamentos são complexos, envolvem duas pessoas com criação e forma de convivência diferentes, envolvem duas histórias diferentes... Cada um já vem com seus traumas, seus medos, seu jeito de ser, suas manias... Mas, se relacionar é também uma escolha. Claro que é mais maduro e aceitável terminar o relacionamento antes, porém, cada um faz o que é possível pra si. Não quer contar pro outro? Não conte. Não quer terminar antes? Não termine. Mas, assuma a responsabilidade pelos seus atos (e suas omissões também), bem como suas consequências. Empurrar a culpa para o outro é mais fácil, mas é injusto. Você é livre para fazer suas escolhas, mas tem a obrigação de se responsabilizar por elas.

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"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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