O que a gente aprende morando sozinha

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Sofás costumam nos abraçar quando chegamos do trabalho e às vezes demoram pra nos soltar.

A sensação de abrir a porta e estar tudo da forma como você deixou não tem preço (embora eu queira que a casa se auto arrume muitas vezes)

Tem dias que dá uma preguiça danada de fazer comida, mas é uma delícia poder fazer somente aquilo que você gosta de comer. 

Não vai dar pra fazer festa todos os dias e chamar os amigos sempre. Receber pessoas em casa demanda tempo, trabalho e gastos extras.

Ver só os programas que você gosta, ouvir só as músicas que você quer, cantarolar no chuveiro mesmo sem saber a letra, tudo isso é possível.

Comidas estragam fácil e começar a olhar a validade dos alimentos passa a ser uma rotina (confesso que já comi coisas vencidas).

As roupas não se lavam sozinhas, passar roupa é uma chatisse e tem mesmo que ouvir o conselho da mãe de separar por cores, a não ser que você queira roupas multicoloridas.

Ficar em casa sábado a noite sozinha não tem problema algum, muito pelo contrário, é até necessário pra gente organizar as ideias.

O lixo não vai sozinho pra lixeira e parece que eles se multiplicam sozinhos, essa é uma das partes chatas.

Receber quem você quer e a hora que quer, basta dar aquela organizada rápida na casa, comprar uma meia dúzia de cervejas e pronto.

As contas chegam todos os meses, independente de você ter dinheiro ou não. Internet, luz, telefone não estão incluídos na taxa de condomínio.

Você aprende a comprar carne moída no mercado, aprende a diferenciar os tipos de carne e aprende que um quilo é muita carne pra uma pessoa só. 

Aprende também que um quilo de arroz dura quase uma eternidade, que o mercado fecha as 22 e que se quiser comer algo vai ter que sair pra comprar (diferente de quando a gente mora com os pais e as comidas se materializam na nossa frente)

Às vezes bate a solidão sim e seria estranho se assim não fosse. Nessas horas vale ir dormir, assistir um filme, fazer um brigadeiro ou chamar um amigo pra fazer companhia. 

Ter o seu canto, as suas coisas, as suas manias e ninguém pegar no se pé por isso é sensacional.

E por fim, a gente aprende que morar sozinha envolve diferentes aprendizados e sensações, mas é uma das experiências mais ricas da vida. 


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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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