Brindo os amigos

07:28:00


"Eu queto ter um milhão de amigos." Pensando bem, não quero ter não.. Imagina administrar tantos encontros, jantares, cafés... Imagina segurar as pontas de todos eles quando levarem um fora num relacionamento. Imagina ir a todas as formaturas, aniversários, nascimento dos filhos, aniversários de um aninho. Imagina responder a todos no whatsapp, emprestar livros, lembrar da data de aniversário de cada um. Quer saber, amigos amigos mesmo, me contento com os que conto nos dedos de no máximo duas mãos. E desses eu às vezes esqueço a data do aniversário, desmarco encontros e esqueço de responder as mensagens. Isso não torna a nossa amizade diferente e nem enfraquece o vínculo, porque sabemos da existência um dos outros e às vezes somente isso já basta. Tenho alguns amigos de infância, poucos da adolescência, e alguns que encontrei na vida adulta. Cada um sabe um pouco da minha história, cada um marcou de um jeito diferente. Não os vejo com a frequência que gostaria e alguns já pouco sei das suas vidas, mas, continuam sendo amigos. Talvez amizade seja algo assim mesmo, inexplicável e que foge as matemáticas da vida. Não medimos o grau de amizade pela quantidade de horas que passamos juntos ou pelo quantidade de datas que já comemoramos ao lado um do outro. Aliás, grau de amizade não se mede. Tem pessoas com as quais convivo diariamente que nunca se tornarão minhas amigas, e há aquelas que não vejo ha anos mas tenho por elas carinho e vínculo de amizade. Como explicar? Teve os que passaram comigo aos maiores perrengues, os que me fizeram rir de doer a barriga, os que me mostraram o quão frágil e bonita a vida é. Teve os que me viram crescer, os que aceitaram minhas ausências e entenderam minhas mudanças repentinas de humor. Tem aqueles que já viraram filhos dos meus pais e já me viram passar pelas piores fossas. Independente de estarem comigo nos piores ou melhores momentos, os que mais marcaram foram os que estiveram em momentos comuns, que dividiram um sanduíche na época de vacas magras, que me fizeram companhia no ônibus, que me ouviram contar uma história engraçada ao telefone, que riram dos meus tombos, que foram comigo naquele encontro que a gente já sabia que seria uma roubada, que me ajudaram a sair de uma furada, que riram do meu nervosismo na única vez que tentei colar em uma prova. Isso foi mais importante pra mim do que estar presente no meu aniversário ou comemorar a minha aprovação no vestibular. Amigos, amigos, brindo hoje a alegria de tê-los por perto ou apenas dentro do meu coração, dividindo os grandes momentos ou apenas estando comigo nos dias mais banais. Obrigada por existirem!

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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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