Meu ninho

12:53:00


Casa de pai e mãe sempre tem um portão aberto, e lá de fora ja da pra sentir aquele cheirinho de café passado no bule, que se mistura ao cheiro do feijão que cozinha manso no fogão a lenha.

Lá moram as nossas memórias, é lá que ficam nossas mais doces lembranças, nossos álbuns de infância, nossos ursinhos de pelúcia e aqueles porta-retratos que guardam nossos momentos bem vividos.

Casa de pai e mãe tem sempre abrigo, não importa o tamanho da tempestade, a velocidade dos ventos ou a quantidade de chuva que cai, lá dentro sempre terá o aconchego e a tranquilidade que até  nos fazem duvidar que há mesmo uma tempestade lá fora.

Lá tem aqueles brinquedos antigos, tem aquele jogo de porcelana de 40 anos atrás e aqueles copos cada um de um jogo diferente.

E tem sempre braços que nos esperam, braços que não se importam com as nossas idas e vindas, com nossos tropeços e erros, braços que estão sempre prontos pra nos acolher.

Tem fruta colhida direto no pé... Ameixa, goiaba, pera, acerola e até abacaxi.

Casa de pai e mãe tem rede vida ligada na missa das oito de domingo e tem moda de viola tocando no rádio.

Lá não importa a hora que a gente chega, sempre tem uma comidinha nos esperando e aquele pãozinho quentinho saindo do forno.

Ah, lá o nosso quarto nos espera, com nossos brinquedos nas prateleiras, mesmo que a nossa infância ja tenho passado há anos.

Lá parece que até o feijão tem outro sabor...

E sabe o que tem de mais importante? Tem um paizinho e uma mãezinha sempre prontos a nos receber, com a casa e o coração abertos.

A gente cresce, bate asas, conhece outros ninhos, voa pra terras distantes... Mas sempre volta, depois de uma semana, um mes ou um ano. 

Feliz de quem tem um ninho quentinho, aconchegante e protegido pra voltar. Eu tenho, e é o ninho mais lindo do mundo.

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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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