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"Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti e de tristezas vou viver e aquele adeus não pude dar. Você marcou na minha vida, viveu, morreu na minha história, chego a ter medo do futuro e da solidão que em minha porta bate. E eu gostava tanto de você." Se foi, senti, marcou, morreu, gostava... Todos os verbos no passado, escondidos lá naquele lugar onde nada mais pode ser mudado, nada pode ser refeito. Lá onde só resta lamentar. E se pudesse ser diferente, e se cantássemos hoje assim: "Que bom que você chegou, que bom que está marcando a minha história. Não tenho medo do futuro e nem da solidão, porque depois que você bateu a minha porta, meu medo saiu pela janela. E eu gosto muito de você". Sem rimas, sem combinação de palavras, sem muita harmonia, mas alicerçados no presente. Quem escreveu essa música resolveu cantar a sua dor na tentativa de fazê-la menor. Dor de quem não pode mais cantar no presente e só lhe restou o "eu gostava tanto de você". Hoje eu desejo que você ainda possa cantar no presente "Eu gosto tanto de você" e espero de coração que você esteja fazendo isso, expressando seus sentimentos as pessoas que você ama. Porque a gente nunca sabe quando vai mudar o modo verbal, nem o das pessoas que estão ao nosso redor e muito menos o nosso. " Mas eu não sei falar o que eu sinto, sou muito fechada e não gosto de me expor". Ok, demonstrar amor nem sempre precisa de palavras. Um gesto, um carinho, uma surpresa, uma gentileza, um telefonema. Antes que seja tarde, antes que não haja mais o que ser dito, antes que as palavras já não façam mais sentido. Quem não gosta de ser amado, ser querido? Quem não gosta de saber que alguém se preocupa com a gente e quer o nosso bem? E o que você está esperando para demonstrar, falar, expressar isso? Gostar, amar, sentir... é também correr riscos. Há sempre a possibilidade de ser unilateral, de não ser recíproco. Há sempre o risco do amor querer morar apenas em um coração. Mas, levantar da cama já é um risco e permanecer nela também é. Então, mais vale distribuir amor, carinho e bons sentimentos e deixar que o tempo se encarrega de espalhá-los e faze-los chegar as pessoas certas, na hora certa. Nós podemos nos arrepender de comprar uma casa, mudar de emprego, trocar de carro, mas jamais devemos nos arrepender por aquilo que sentimos. Sentimento nunca será em vão, mesmo que não retribuído, mesmo que unilateral. Sentir é mais que humano, é divino. Assim, que as pessoas que amamos saibam e sintam isso, que não tenhamos vergonha de expressar nossos sentimentos e que o nosso medo não seja maior que a nossa vontade de arriscar. Amor, carinho, afeto: não gasta, não acaba, não subtrai. Goste hoje, ame hoje, arrisque hoje... Que a música "E eu, gostava tanto de você" dê espaço para a "Eu tenho tanto, pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você."

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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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