What would you do if you werent afraid?

07:23:00


What would you do if you werent afraid? E você? O que faria se não tivesse medo? Ao pronunciarmos essa palavra, em geral, vem a ideia de fazer grandes feitos, saltar de para-quedas, pular de bungee jump... Nossos medinhos não ganham capa de revista e nem viram notícia em tele jornais. Nossos medos não tem glamour nenhum e a maioria deles, ninguém conhece. Estou falando dos medos mais profundos, daqueles que provocam em nós sensações não tão agradáveis assim. Quem teve um coração partido, treme perante a um mínimo sinal de novo envolvimento, e por consequência, exposição ao risco. Quem sofreu uma perda significativa se assusta com uma ligação no meio da noite. Quem sofreu um acidente grave tem medo de pegar a estrada novamente. Pessoas que viveram grandes catástrofes tem dificuldades de voltar ao local do ocorrido. Poderia enumerar uma série deles... Mas ainda não é desses medos que eu quero falar. Quero falar daquela sensação de aperto no peito, do nó na garganta, do suor frio. Quero falar das vezes que a gente deita na cama e chora, e sente vazio, e sente desconforto e enfim, sente medo. Quero falar daquilo que ninguém fala, que ninguém conta e que ninguém nota. Falo dos medos que não foram classificados no DSM IV e nem no CID 10. Nossos medos mais profundos tem a ver com abandono, solidão, vazio, mágoas, feridas não cicatrizadas... A teoria da evolução nos mostra que o medo desempenha papel importante para a nossa sobrevivência e que por muitas vezes é ele que nos tira de grandes emboscadas. Mas, ele também nos paralisa, ele também nos impede de viver grandes e bonitos momentos. E você? O que faria se não tivesse medo? Se não tivesse medo de fracassar, de errar, de ser rejeitado, de não ser amado, de cair, de perder o controle, de ficar vulnerável, de não ter respostas... Arriscaria? Sonharia? Realizaria? Permitiria? Se apaixonaria? Falaria? Arrisco dizer que os dois grandes mestres que podem amenizar os nossos medos são o Tempo e o Amor. Tempo para deixar cicatrizar as feridas, tempo pra nos fazer amadurecer, tempo para colocar as coisas no seu devido lugar. E amor? Amor para nos fazer acreditar de novo e de novo. Amor para preencher as nossas faltas e Amor para curar as nossas feridas. Calma, paciência, tempo e amor. E onde estão mesmo os nossos medos?

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"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


Fernanda Mello

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