Amores, sabores e dissabores

08:57:00


Era domingo. Estávamos sentados ao redor da mesa, e entre um gole e outro de qualquer coisa falávamos sobre assuntos diversos. Não demorou muito  para que o assunto girasse em torno de relacionamentos. Claro que nós mulheres queríamos falar todas ao mesmo tempo pra contar todas as nossas histórias trágicas e melodramáticas. Entre um "ele me traiu" e um "como eu pude ser tão trouxa" dávamos risadas e proferíamos um "comigo foi assim também". Sim, foi comigo, foi contigo e ainda será com muita gente. Poucas pessoas passarão por essa vida sem terem tido uma decepção num relacionamento amoroso. Até ai tudo bem, uma decepçãozinha não mata ninguém. Mas o que tem me preocupado é que no fim há uma desesperança generalizada em relação a relacionamentos. E não estou falando de adolescentes dramáticos que prometem não namorar nunca mais depois do término do primeiro rolo, estou falando de homens e mulheres que já viveram algumas histórias, que ja estão na casa dos 20 ou 30 anos e tiveram 2 ou 3 relacionamentos sérios. Os sentimentos são os mais diversos, desde o nunca mais quero namorar até o eu não consigo me apegar. No fim das contas, estamos brincando de gato e rato e temos um discurso pronto que nos protege das nossas fraquezas. Na época dos nossos pais era fácil, eles se conheciam numa festa de igreja ou na escola, namoravam, casavam e viviam felizes pra sempre. Mas e agora? Frequentamos vários lugares, conhecemos pessoas de todos os cantos, nos comunicamos com vários ao mesmo tempo... Mas estamos com medo, não conseguimos confiar, estamos na defensiva... Nosso histórico de relações mal sucedidas somado ao histórico daqueles com os quais no relacionamos resulta em relações superficiais, vazias de sentimentos e repletas de desconfiança. Somos a geração mais bem sucedida profissionalmente e em contrapartida a mais mal resolvida quando o assunto é relacionamento. O que nos resta é torcer para que as nossas dores e os nossos medos encontrem também outras dores e outros medos, e que a soma disso não resulte em mais dores, mas sim, em mais amores.

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1 comentários

  1. Como já havia comentado contigo no tempo dos nossos pais era diferente.. Porém dependendo da pessoa que escolhemos e como conduzimos a situação pode tornar-se a situação parecida ou até mesmo igual, porém as tecnologias não permitem que seja tão idêntico, mas se mudamos a forma de se comportar ou lidar com as situações possa ser como era uma vez... E ter um viveram felizes para sempre ou até que a morte os separe!

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Quem sou

"Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu...
Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. Quer me entender? Não precisa."


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